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Superman (2025)

  • Foto do escritor: Helder Fernandes
    Helder Fernandes
  • 15 de jul.
  • 3 min de leitura

Crítica: Superman (2025) – O Homem Quase de Aço


por Helder A. S. Fernandes


Superman é um personagem que dispensa apresentações. Seus poderes, fraquezas, aliados e inimigos fazem parte do imaginário popular há décadas. Sabemos da kryptonita, de Lex Luthor como seu arquirrival, e entendemos que ele não é apenas um super-herói — ele é um símbolo.


O novo filme, dirigido por James Gunn, não faz a menor questão de reapresentar esse ícone para o público. Parte da premissa de que todos já conhecem tudo sobre o azulão. O problema é que nem todo mundo leu todas as HQs, e o filme pouco se esforça em contextualizar o novo universo que tenta iniciar.


Como fã de quadrinhos desde a infância e formado em cinema, confesso: a experiência foi ambígua. Se fosse apenas um espectador casual, talvez tivesse saído satisfeito. Mas como obra de construção de universo, Superman (2025) deixa muito a desejar.


O Superman que apanha


Gunn opta por fugir da clássica história de origem. O resultado? Um Superman que mais parece o protagonista de Invencível ou até mesmo uma paródia de The Boys. Um herói que passa o filme inteiro apanhando, sendo salvo por outros personagens, e que raramente vence uma luta por mérito próprio.


Essa tentativa de humanizá-lo — tornando-o frágil, confuso e indeciso — soa quase como desrespeito à essência do personagem. Superman nunca foi sobre superações à la Peter Parker. Ele é o ser mais poderoso da Terra, cujo maior dilema é se conter. E isso se perde na construção desse novo universo.


A ideia de que sua missão na Terra, revelada por Jor-El (interpretado por Bradley Cooper), não é salvar, mas dominar o planeta, é um “retcon” ousado. Aceitável, sim. Mas novamente: soa como algo retirado direto de um Elseworld, e não de uma narrativa canônica.


O trio principal segura o filme


Apesar dos tropeços, o filme acerta em cheio na construção do seu trio central: Clark Kent, Lois Lane e Lex Luthor. O Lex (enfim!) está no tom certo: inteligente, manipulador e convencido de que está salvando a humanidade de um tirano alienígena. Lois é incisiva, questionadora e traz o peso jornalístico que define sua personalidade. Já o Superman, mesmo enfraquecido narrativamente, tem um bom carisma.


Fora isso, os coadjuvantes são atropelados. Personagens como o Senhor Incrível (que ganha a melhor cena de ação do filme) e o Guy Gardner (com seu estilo babaca e bonachão) até se destacam, mas a maioria é esquecível ou mal aproveitada.


Estilo visual e trilha: altos e baixos


A fotografia de Henry Braham é vibrante, com boas composições e excelente uso da paleta de cores. Os efeitos visuais também são um espetáculo. Já a trilha sonora decepciona: uma espécie de remix mal resolvido da icônica trilha de 1978. O Homem de Aço (2013), ao menos, teve a decência de criar uma trilha própria com respeito às raízes.



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Conclusão


Superman (2025) é um filme que quase entrega o que promete. Tem boas intenções, ótimas ideias mal executadas e um potencial que fica soterrado por decisões estéticas e narrativas questionáveis. Ainda assim, torço para que dê certo — não por esse filme em si, mas pelo universo que pode nascer a partir dele.


Agora, resta esperar para ver se o público dará esse voto de confiança.



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📽️ Ficha Técnica – Superman (2025)


Direção: James Gunn


Roteiro: James Gunn


Elenco principal:


David Corenswet (Clark Kent / Superman)


Rachel Brosnahan (Lois Lane)


Nicholas Hoult (Lex Luthor)


Edi Gathegi (Senhor Incrível / Mister Terrific)


Nathan Fillion (Guy Gardner)


Isabela Merced (Hawkgirl)


Anthony Carrigan (Metamorpho)


Skyler Gisondo (Jimmy Olsen)


Bradley Cooper (voz de Jor-El)



Direção de Fotografia: Henry Braham


Trilha Sonora: John Murphy


Produção: DC Studios, Warner Bros. Pictures


Duração: Aproximadamente 2h25


Lançamento: Julho de 2025


Classificação indicativa: 12 anos

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